Economia Petrobras

Petrobras anuncia terceiro reajuste de combustíveis do ano. Na gasolina, alta supera 20%

Estatal explicou na última sexta-feira que tem até um período de doze meses compensar preços menores
Nas bombas: Importadores afirmam que a Petrobras vende às refinarias com preços abaixo dos cobrados no exterior Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Nas bombas: Importadores afirmam que a Petrobras vende às refinarias com preços abaixo dos cobrados no exterior Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

RIO - A Petrobras anunciou reajuste nos preços dos combustíveis a partir de amanhã.  O preço médio da gasolina para as distribuidoras passará de R$ 2,08 para R$ 2,25.

É uma alta de 8,1% e o terceiro aumento neste ano, acumulando variação de 22%.  No caso do diesel, o valor subiu de R$ 2,11 para R$ 2,24 - um avanço de 6,1% e o segundo em 2021, somando reajuste 10,8%. A alta vale a pertir da zero hora desta terça-feira.

Líder do Magalu: Luiza Trajano lança movimento para levar vacinas a todos os brasileiros até setembro

O anúncio ocorre no primeiro dia útil após o presidente Jair Bolsonaro ter dito que vai propor mudanças na forma como o ICMS é calculado no combustível.

Em meio à pressão de caminhoneiros, Bolsonaro afirmou na sexta-feira passada que vai reduzir a alíquota de impostos federais sobre o combustível, mas sem especificar em quanto.

O presidente prometeu enviar um projeto de lei para mudar o ICMS sobre combustíveis, o que foi criticado por especialistas por desviar o problema para os governadores, já que este é um tributo estadual.

Entenda: Veja como são calculados os preços dos combustíveis, da refinaria aos postos

Nesta segunda-feira, o preço do petróleo no mercado internacional alcançou os US$ 60  por barril, no maior patamar em um ano.

Para a Abicom, associação que reúne as empresas importadoras, o reajuste, embora ocorra em todo o país, ainda mantém as defasagens elevadas,   prejudicando, segundo eles, a concorrência com as empresas privadas.

Combustível: Disputa entre importadores de combustíveis e Petrobras chega ao Cade. Entenda

Na sexta-feira, a estatal deu, pela primeira vez, detalhes da sua política de preços, após a agência Reuters revelar as mudanças. A estatal informou que ainda no passado a empresa tinha decidido passar de trimestral para  um período de 12 meses o período  para alinhar o valor da gasolina e do diesel vendido no Brasil com os do exterior.

Verde : Com avanço de carros elétricos e híbridos, petroleiras correm para fazer combustível verde

Porém, essa mudança não foi  pública na época. Ou seja, o mercado não tinha informações sobre essa prática interna da companhia.  No último domingo, a estatal disse que essa a periodicidade de alinhamento anual foi confirmada em janeiro deste ano.

No domingo, a empresa informou que, apesar de  "ser praticamente a única produtora de combustíveis de petróleo no país, com 98% da capacidade de refino, enfrenta competição de importadores que têm participado com 20 a 30% do mercado doméstico, dependendo do produto".

Gás de cozinha também subiu

Além do aumento da gasolina e do diesel, a estatal reajustou em 5% o preço médio de venda de GLP (gás de botijão)  para as distribuidoras, que passará a ser de R$ 2,91 por kg (equivalente a R$ 37,79 por 13kg). É um aumento médio de R$0,14 por kg (equivalente a R$ 1,81 por 13kg).

A Ativa  estima que ainda existe margem para novas altas a curto prazo. Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos, estima espaço potencial de novo aumento de até 5%:

- No fim de janeiro (quando houve a última alta) existia espaço para elevação de até 12% que poderia ser feita de forma fracionada e  ocorreu exatamente como prevíamos. Reforçamento que a Petrobras pode não aumentar imediatamente os 5% que ainda faltam, mas de acordo com o nosso modelo ainda há potencial para isso no curto prazo - explicou.

Potencial para nova alta, diz economista

Já o economista-chefe da Ativa, Étore Sanchez, acredita que grande parte desse reajuste deve ocorrer no IPCA de março.

Ao informar os preços maiores, a  Petrobras explicou novamente que tem como referência os preços de paridade de importação e, dessa maneira, acompanham as variações do valor dos produtos no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo.

A estatal disse ainda que os valores praticados nas refinarias pela Petrobras são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo.

Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis.