RIO - A Petrobras anunciou reajuste nos preços dos combustíveis a partir de amanhã. O preço médio da gasolina para as distribuidoras passará de R$ 2,08 para R$ 2,25.
É uma alta de 8,1% e o terceiro aumento neste ano, acumulando variação de 22%. No caso do diesel, o valor subiu de R$ 2,11 para R$ 2,24 - um avanço de 6,1% e o segundo em 2021, somando reajuste 10,8%. A alta vale a pertir da zero hora desta terça-feira.
Líder do Magalu:
Luiza Trajano lança movimento para levar vacinas a todos os brasileiros até setembro
O anúncio ocorre no primeiro dia útil após o presidente Jair Bolsonaro ter dito que vai
propor mudanças
na forma como o ICMS é calculado no combustível.
Em meio à pressão de caminhoneiros, Bolsonaro afirmou na sexta-feira passada que vai reduzir a alíquota de impostos federais sobre o combustível, mas sem especificar em quanto.
O presidente prometeu enviar um projeto de lei para mudar o ICMS sobre combustíveis, o que foi criticado por especialistas por desviar o problema para os governadores, já que este é um tributo estadual.
Entenda: Veja como são calculados os preços dos combustíveis, da refinaria aos postos
Nesta segunda-feira, o preço do petróleo no mercado internacional alcançou os US$ 60 por barril, no maior patamar em um ano.
Para a Abicom, associação que reúne as empresas importadoras, o reajuste, embora ocorra em todo o país, ainda mantém as defasagens elevadas, prejudicando, segundo eles, a concorrência com as empresas privadas.
Combustível:
Disputa entre importadores de combustíveis e Petrobras chega ao Cade. Entenda
Na sexta-feira, a estatal deu, pela primeira vez, detalhes da sua política de preços, após a agência Reuters revelar as mudanças. A estatal informou que ainda no passado a empresa tinha decidido passar de trimestral para um período de 12 meses o período para alinhar o valor da gasolina e do diesel vendido no Brasil com os do exterior.
Verde : Com avanço de carros elétricos e híbridos, petroleiras correm para fazer combustível verde
Porém, essa mudança não foi pública na época. Ou seja, o mercado não tinha informações sobre essa prática interna da companhia. No último domingo, a estatal disse que essa a periodicidade de alinhamento anual foi confirmada em janeiro deste ano.
No domingo, a empresa informou que, apesar de "ser praticamente a única produtora de combustíveis de petróleo no país, com 98% da capacidade de refino, enfrenta competição de importadores que têm participado com 20 a 30% do mercado doméstico, dependendo do produto".
Gás de cozinha também subiu
Além do aumento da gasolina e do diesel, a estatal reajustou em 5% o preço médio de venda de GLP (gás de botijão) para as distribuidoras, que passará a ser de R$ 2,91 por kg (equivalente a R$ 37,79 por 13kg). É um aumento médio de R$0,14 por kg (equivalente a R$ 1,81 por 13kg).
A Ativa estima que ainda existe margem para novas altas a curto prazo. Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos, estima espaço potencial de novo aumento de até 5%:
- No fim de janeiro (quando houve a última alta) existia espaço para elevação de até 12% que poderia ser feita de forma fracionada e ocorreu exatamente como prevíamos. Reforçamento que a Petrobras pode não aumentar imediatamente os 5% que ainda faltam, mas de acordo com o nosso modelo ainda há potencial para isso no curto prazo - explicou.
Potencial para nova alta, diz economista
Já o economista-chefe da Ativa, Étore Sanchez, acredita que grande parte desse reajuste deve ocorrer no IPCA de março.
Ao informar os preços maiores, a Petrobras explicou novamente que tem como referência os preços de paridade de importação e, dessa maneira, acompanham as variações do valor dos produtos no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo.
A estatal disse ainda que os valores praticados nas refinarias pela Petrobras são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo.
Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis.